O
filme acabará de terminar, estamos sentados no sofá da casa dele, agora não
temos mais nada pra fazer não quero ficar no tédio, mas também não quero sair e
nem ir pra casa.
- O
que fazemos agora?
-
Sei lá, o que você quer fazer?
-
Quanto tempo temos?
-
Pra que?
-
Pra sua aula.
-
Ah, umas duas horas e meia, por quê?
-
Pôr-do-sol de novo? – Para isso eu saio.
-
Mais ainda falta algum tempo.
-
Então o que a gente faz nesse tempo?
-
Sorvete?
-
Não, tomamos sorvete vendo o pôr-do-sol.
- Tá
legal, Just Dance então?
Eu
sorrir e assenti e ele falou beleza e foi pegar o jogo, fiquei esperando na sala
como de costume. Jogamos por uns 40, 50 minutos e fomos andando até a
sorveteria mais próxima da praia, comprei um de tapioca e ele de chocolate, e
fomos para o meu ponto na praia (mesmo que ele vá comigo o ponto é mais meu do
que dele.), não demorou muito e o céu começou a ficar laranja como todos os
dias... Um tempinho depois ele começou a falar.
-
Faz uma semana que tivemos aqui juntos...
-
Pois é, mas pra mim faz 24 horas.
-
Faz uma semana que falei que gosto de você... – E ele se virou pra mim
-
Pois é...
- Eu
pensei, quando te disse, que você iria ficar mais distante de mim...
-
Pensei nisso, mas percebi que me distanciar de você não vai diminuir nada do
que você sente por mim, pode até aumentar...
Também percebi que não adiantaria eu começar a lhe tratar diferente,
então resolvi te tratar como antes até eu decidir se gosto ou não de você.
-
Decidir?
- É,
eu acho que gosto de você, mas as vezes parece que não, parece que somos crianças
de novo e eu não pensava em você desse jeito. Quer dizer, não pensei em você
desse jeito desde que você disse que gosta de mim, já pensava antes. Confesso
que já sentir atração por você, mas sempre achei que não rolaria. E agora estou
confusa.
- Confusa
a respeito se você sente o mesmo ou não?
- É,
tipo... Você me da um tempo pra pensar nisso?
-
Você esta dizendo que vai se afastar? De novo?
-
Não. Quer dizer, só se você quiser. Se você achar que é melhor ficarmos assim
por um tempo.
-
Não quero de distanciar de você.
-
Nem eu.
-
Mas acho melhor nos distanciarmos mesmo. Assim eu penso também e te deixo
pensar melhor.
- Se
você prefere assim... Por mim tudo bem.
-
Então tá, tenho que ir.
- Ei
espera. Você não vai ficar pra ver o pôr-do-sol?
-
Tenho que ir mesmo, desculpa.
- Só
mais uma coisa... Até um minuto atrás você não tinha nada pra fazer antes da
sua aula.
- Eu
sei, mas agora tenho que pensar e você também.
Assenti
e assistir ele indo embora. Fiquei pra ver o que queria ver desde o inicio, mas
acabei voltando antes de terminar, minha cabeça estava muito cheia e eu
precisava dormir pra ver se relaxava mais...
Alguns
dias se passaram e eu percebi o que eu realmente sentia. Resolvi ir pra casa
dele, falar com ele, mas quando olhei para o relógio percebi que faltavam
apenas alguns minutos pra a aula dele começar e nem correndo o mais rápido que
puder não vou conseguir falar com ele... Mas vou tentar assim mesmo porque quem
não arrisca não petisca, não é isso? E fui pra casa dele, mas quando conseguir
recuperar o folego e falar com o porteiro ele disse que ele havia acabado de
sair.
Cai
no chão, mas tive outra ideia. Então peguei um táxi e fui pra escola dele,
cheguei. Parei na porta, fiquei pensando no que diria, eu não podia apenas
entrar na sala dele e ficar parada esperando que ele venha até a mim... Mas não
tive nenhuma ideia, então resolvi deixa fluir (o que foi a mesma coisa...). E
fui pra sala dele correndo e subi as escadas correndo também (o que me fez
quase não respirar), e como era previsto eu parei na porta e o professor dele
me olhou com uma cara que dizia: “o que essa garota tá fazendo aqui?”. Soltei
um “Licença” junto com a respiração ofegante.
- Preciso falar com você.
- Por que você está ofegante?
- Vim correndo.
- Da sua casa?
- Praticamente.
- É melhor conversarmos depois...
- Cala boca.
- O que?
- Shhh! Se não depois eu não falo e você vai morrer com essa duvida.
- Exat...
- Eu disse pra calar a boca. – Respirei fundo e comecei. – Sabe aquele dia que você me deixou sozinha, naquela praia no pôr-do-sol? Então que eu pensei que tinha muito no que pensar. Mas a verdade é que não tem o que pensar, até porque eu já sabia disso desde quando eu te conheci, desculpa ter demorado muito tempo pra perceber e que eu pensei que estava “apaixonada” por outra pessoa, mas eu descobrir que essa pessoa não valia nada. Mas resumindo tudo que eu falei, eu pensei que eu não iria falar tantas coisas assim... Eu realmente nunca pensei que falaria isso pra você, mas... Eu...
- Você...?
- Não força... – Comecei a falar muito rápido. - Eu te amo. Devia ter te falado desde o momento que te conheci, mas eu estava cega e eu não...
Ele me calou com um beijo, um lindo, demorado e o melhor beijo que já recebi na vida. A parti dai o lugar pra visualizar o pôr-do-sol não era só meu...