29 de abr. de 2014

Conto - Um velho amigo (2 ª Parte)

Ele estava deitado no meu colo, pensativo triste, de coração partido. Estávamos assim há um bom tempo já. Havia passado um mês do nosso reencontro, eu estava com ele, ele estava com outro cara e se não bastasse ela o beijou, Lipe perdeu a cabeça e foi ao encontro dos dois, pensei que ele iria bater no cara, mas não fez isso. Quando cheguei perto suficiente pra ouvi, ela estava dizendo que ele viu tudo errado, e nesse momento ele terminou com ela.
- Por que está tão calada?           
- O que eu posso dizer?
- Coisas que as pessoas sempre dizem, coisas do tipo “isso vai passar”, “você vai encontrar outra”, “ela não te merece” e sei lá mais o que...
- Acho que o único que eu posso dizer é “ela não te merece”. Até porque eu gosto demais de você pra mentir.
- Então não vou encontrar outra e isso não vai passar?
- Não posso concretizar isso. Você pode sim encontrar outra pessoa, mas se isso vai passar... – Hora do suspiro. – Só o tempo é que vai dizer.
Ficamos em silencio por um tempo e continuei a enrolar o cabelo dele no meu dedo. Continuei a pensei. A minha resposta estava certa, quem sou eu pra prever o futuro? Eu mesma já sofri por amor, mas o que eu posso dizer? Com toda a certeza os homens lidam com isso melhor que as mulheres. Pelo menos o Felipe lida...
- Gostava tanto dela...
- Gostava tanto dos outros também, mas pelo visto isso não basta...
- Você já foi traída?
- Já. Uma vez.
- E o que você fez?
- Ele sabia que eu não aceitava traição, quando o vi com a outra fiquei tão brava, mas tão brava que dei uma joelhada naquele lugar. – Ele sorriu. – Pelo menos eu o fiz sorrir com essa tragédia.
- Por que eu não consigo gostar de você mais como amiga? – Ele levantou do meu colo e olhou em meus olhos.
- Acho que nem tudo deve acontecer como queremos.
- Então você também já se fez a mesma pergunta?
- Acho que você seria o único que não me machucaria... Sorvete?
- Sorvete!
- Você é muito infantil.
- E você me ama por isso.
- Convencido. Vamos logo. - Disse sorrindo.
Fomos à sorveteria mais próxima, compramos e levamos pra minha casa. Lá nos lambuzamos todinhos de sorvete. Ele é louco por sorvete...

28 de abr. de 2014

Conto - Um velho amigo

Geração Coca-Cola.
Estava escutando musicas, distraída, quando de repente sinto alguém esbarrando em mim.
- Ai!
- Ai. – Diz uma voz masculina.
- Desculpa. – Dizemos juntos.
 Nossos olhares se encontram se encontram e ficamos assim por um tempo, os olhos dele... Azuis. Um azul bonito e são grandes. Igual o céu...
- Tchau.
Digo e começo a andar devagar, meio que esperando ele ao menos dizer um “tchau”, mas ele não respondeu até que eu escutei um “espera” bem baixo, parei, mas voltei a andar.
- Espera! – Dessa vez eu me virei e o vi chegando mais perto. – Você... Você quer tomar um sorvete?
- Me desculpe, mas eu nem o conheço...
- Eu sei, mas vamos lá. Olha, eu juro que não vou fazer nada apenas vamos conversar.
Pensei eu pouquinho e respondi: - Está bem, tenho tempo para um sorvete.
Caminhamos até a sorveteria mais próxima. Em todo o percurso não falamos nada. Acabei pedindo um milk-shake de Ovomaltine e ele um sorvete de tapioca.
- Não sei o porquê, mas tenho a impressão que te conheço de algum lugar. Só não sei de onde..
- Estranho, não acho que te conheço... Tenho memoria boa pra lembrar isso.
- Talvez faculdade? Fiz de Administração e você?
- Não, fiz de Arquitetura. Escola de Inglês? Nasceu aqui?
- Sim, nasci, mas morei nos Estados Unidos por dois anos então...
- Então eu acho que só sobrou escola.
- Escola?... É isso eu me lembro de você enquanto estudava. Lembra de mim? Sou eu Felipe. Fomos amigos. – Não lembro de nenhum... Espera... Surpresa, surpresa, surpresa...
- Lipe! Você mudou de mais!
- E você continua linda como sempre. – Vermelha. – E ainda fica vermelhinha.
Sorri, faz muito tempo que não nos víamos. Ele saiu da escola no 1º ano e agora acabamos de sair da faculdade.
Desdai não nos separamos mais. Ele está namorando... Mas vou fazer ele parar com as piadinhas, pois logo irei namorar, tenho meus pretendentes...

25 de abr. de 2014

Conto - Amigo virtal

Hoje ele está voltando pra sua cidade natal, passei a tarde de ontem inteira com ele e depois fui dormir na casa da minha melhor amiga. Estamos o aeroporto faltam alguns minutos para ele embarcar. Essa foi uma das férias que mais saí de casa, pelo menos ela não foi tão chata assim.
Nos conhecemos pela internet, é claro que fiquei com medo de ele não ser que ele dizia ser, principalmente quando ele disse que estava vindo pra cá, pra minha cidade, mas alguma coisa me dizia que eu podia confiar nele. E essa coisa acertou...
- É hora de ir. – Ele falou contando meus devaneios.
- Está bem... Tchau. – Falei dando um abraço nele, bem apertado.
- Tchau. – Ele falou apertando um pouquinho mais.
Ficamos assim por um tempinho, não muito longo, mas o suficiente e, como tudo acaba, tivemos que nos separar, ele tinha que ir. Mas quando estava me distanciando dele, sito ele segurando meu braço e me puxando pra mais perto dele e vem um beijo. Estranho, mas bom. Paramos e nos olhamos, eu estou surpresa e vermelha, mas ele também está vermelho (fofo, lindo), não sei exatamente o que deu em mim, mas eu o puxo pra mais um beijo. Mais demorado é claro.
- Você tem que ir. – Disse me distanciando dele.
- Eu sei, mas não quero.
- Mas você tem sua vida. Tem que viver. – Disse quase morrendo quando vi o fazendo aquela cara triste.
- Vamos nos encontrar de novo, não é?
- Pessoalmente? Que tal deixarmos o tempo dizer? – Ele apenas assentiu. – Tchau.
- Tchau.
E ele foi para o avião. Minha melhor amiga havia nos levado até lá, já que eu ainda estava nas aulinhas de direção. Quando me virei a vi sorrindo de orelha a orelha, então comecei a sorrir também.
- Ai meu Deus! Você está apaixonada, olha esse sorriso.
- Nem vem você também está sorrindo.
- Mas não foi eu quem ele beijou.
- É isso que significa está apaixonada? É isso que se sente? Eu estou feliz e triste ao mesmo tempo. Isso é frustrante.
- Você está feliz porque está apaixonada, e está triste porque ele foi embora.
- Não me diga! Nem tinha percebido.
- Pelo menos seu humor continua o mesmo... Sorveria?
- Sim, mas antes vamos à livraria.

24 de abr. de 2014

Conto - O Jantar


Sete horas. Falta uma hora pra ele chegar e eu ainda nem terminar de fazer o jantar e muito menos comecei a me arrumar. Por que eu fui inventar de dormir? Mas é melhor eu correr pra fazer esses últimos detalhes do jantar pra dar tempo de me arrumar, principalmente pra me arrumar com mais calma. Dentre vinte minutos, mais ou menos, terminei de prepara-lo (graças) agora é só esperar esfriar. Agora vou me arrumar.
Como havia voltado do trabalho mais cedo, havia arrumado a minha roupa, como não era nada formal, peguei um vestidinho florido e soltinho, uma rasteirinha e deixei meu cabelo solto. Acabei de me arrumar e ao mesmo tempo a campainha toca. Ele chegou, pensei. Abri a porta e me deparei com um cara de tênis, calça jeans, a camisa que havia comprado pra ele no nosso primeiro ano de namoro e o cabelo como sempre, bagunçado. Lindo
- Oi, tudo bem? – Perguntei
- Oi, tudo e com vo... Que cheiro é esse?
- Cheiro? Os biscoitos! – E é nessas horas que você corre pra o fogão pra ver o estrago que o seu esquecimento faz. – Queimo tudo. E a culpa é sua.
- Minha?! Por quê?
- Sim, você. Você fica parado na porta daquele seu jeito lindo, me fazendo esquecer dos biscoitos. E ainda são aqueles que você gosta.
- Do que você me chamou? – Mesmo de costa, tenho certeza que ele estava sorrindo com saliência. Idiota.
- Oi? Chamei você de alguma coisa?
- Você disse que sou lindo? – E neste exato momento paro de lavar a louça e olho pra ele. Podendo ver seu sorriso.
- Di-Disse. – E me virei de novo para terminar. – Mas você sabe que vivo fazendo isso, sem que eu perceba.
- Você também é linda. – Falou me ignorando por completo.
- Legal. Agora vamos comer? Estou com muita fome. – Falei toda envergonhada, ele pode ser meu namorado, mas ainda fico envergonhada.
- Qual é o jantar? – Perguntou distanciando meus devaneios.
- Lasanha e escondidinho. Duas porções cada, caso formos repetir.
- Humm, lasanha.
- Humm, escondidinho. – E rimos.

Depois do jantar fomos assistir u m filme e namoramos um pouco, depois ele foi embora pra sua casa e eu fui dormir, pensando na proposta dele de morarmos no mesmo apartamento.

16 de abr. de 2014

Conto - O pôr-do-sol (2ª Parte)

O filme acabará de terminar, estamos sentados no sofá da casa dele, agora não temos mais nada pra fazer não quero ficar no tédio, mas também não quero sair e nem ir pra casa.
- O que fazemos agora?
- Sei lá, o que você quer fazer?
- Quanto tempo temos?
- Pra que?
- Pra sua aula.
- Ah, umas duas horas e meia, por quê?
- Pôr-do-sol de novo? – Para isso eu saio.
- Mais ainda falta algum tempo.
- Então o que a gente faz nesse tempo?
- Sorvete?
- Não, tomamos sorvete vendo o pôr-do-sol.
- Tá legal, Just Dance então?
Eu sorrir e assenti e ele falou beleza e foi pegar o jogo, fiquei esperando na sala como de costume. Jogamos por uns 40, 50 minutos e fomos andando até a sorveteria mais próxima da praia, comprei um de tapioca e ele de chocolate, e fomos para o meu ponto na praia (mesmo que ele vá comigo o ponto é mais meu do que dele.), não demorou muito e o céu começou a ficar laranja como todos os dias... Um tempinho depois ele começou a falar.
- Faz uma semana que tivemos aqui juntos...
- Pois é, mas pra mim faz 24 horas.
- Faz uma semana que falei que gosto de você... – E ele se virou pra mim
- Pois é...
- Eu pensei, quando te disse, que você iria ficar mais distante de mim...
- Pensei nisso, mas percebi que me distanciar de você não vai diminuir nada do que você sente por mim, pode até aumentar...  Também percebi que não adiantaria eu começar a lhe tratar diferente, então resolvi te tratar como antes até eu decidir se gosto ou não de você.
- Decidir?
- É, eu acho que gosto de você, mas as vezes parece que não, parece que somos crianças de novo e eu não pensava em você desse jeito. Quer dizer, não pensei em você desse jeito desde que você disse que gosta de mim, já pensava antes. Confesso que já sentir atração por você, mas sempre achei que não rolaria. E agora estou confusa.
- Confusa a respeito se você sente o mesmo ou não?
- É, tipo... Você me da um tempo pra pensar nisso?
- Você esta dizendo que vai se afastar? De novo?
- Não. Quer dizer, só se você quiser. Se você achar que é melhor ficarmos assim por um tempo.
- Não quero de distanciar de você.
- Nem eu.
- Mas acho melhor nos distanciarmos mesmo. Assim eu penso também e te deixo pensar melhor.
- Se você prefere assim... Por mim tudo bem.
- Então tá, tenho que ir.
- Ei espera. Você não vai ficar pra ver o pôr-do-sol?
- Tenho que ir mesmo, desculpa.
- Só mais uma coisa... Até um minuto atrás você não tinha nada pra fazer antes da sua aula.
- Eu sei, mas agora tenho que pensar e você também.
Assenti e assistir ele indo embora. Fiquei pra ver o que queria ver desde o inicio, mas acabei voltando antes de terminar, minha cabeça estava muito cheia e eu precisava dormir pra ver se relaxava mais...
Alguns dias se passaram e eu percebi o que eu realmente sentia. Resolvi ir pra casa dele, falar com ele, mas quando olhei para o relógio percebi que faltavam apenas alguns minutos pra a aula dele começar e nem correndo o mais rápido que puder não vou conseguir falar com ele... Mas vou tentar assim mesmo porque quem não arrisca não petisca, não é isso? E fui pra casa dele, mas quando conseguir recuperar o folego e falar com o porteiro ele disse que ele havia acabado de sair.
Cai no chão, mas tive outra ideia. Então peguei um táxi e fui pra escola dele, cheguei. Parei na porta, fiquei pensando no que diria, eu não podia apenas entrar na sala dele e ficar parada esperando que ele venha até a mim... Mas não tive nenhuma ideia, então resolvi deixa fluir (o que foi a mesma coisa...). E fui pra sala dele correndo e subi as escadas correndo também (o que me fez quase não respirar), e como era previsto eu parei na porta e o professor dele me olhou com uma cara que dizia: “o que essa garota tá fazendo aqui?”. Soltei um “Licença” junto com a respiração ofegante.
- Preciso falar com você.
- Por que você está ofegante?
- Vim correndo.
- Da sua casa?
- Praticamente.
- É melhor conversarmos depois...
- Cala boca.
- O que?
- Shhh! Se não depois eu não falo e você vai morrer com essa duvida.
- Exat...
- Eu disse pra calar a boca. – Respirei fundo e comecei. – Sabe aquele dia que você me deixou sozinha, naquela praia no pôr-do-sol? Então que eu pensei que tinha muito no que pensar. Mas a verdade é que não tem o que pensar, até porque eu já sabia disso desde quando eu te conheci, desculpa ter demorado muito tempo pra perceber e que eu pensei que estava “apaixonada” por outra pessoa, mas eu descobrir que essa pessoa não valia nada. Mas resumindo tudo que eu falei, eu pensei que eu não iria falar tantas coisas assim... Eu realmente nunca pensei que falaria isso pra você, mas... Eu...
- Você...?
- Não força... – Comecei a falar muito rápido. - Eu te amo. Devia ter te falado desde o momento que te conheci, mas eu estava cega e eu não...
Ele me calou com um beijo, um lindo, demorado e o melhor beijo que já recebi na vida. A parti dai o lugar pra visualizar o pôr-do-sol não era só meu...

12 de abr. de 2014

Conto - O pôr-do-sol

O dia estava lindo, alaranjado da cor do pôr-do-sol, voltei a ver a parte do dia que mais gosto como antes, antes dele e depois que meu coração se curou. Porque eu não ouvi as pessoas que realmente se importam comigo, elas me avisaram tanto... Posso dizer que, aqui sentada na areia de frente para o mar e esse pôr-do-sol maravilhoso, já não sinto mais o que “sentia” por ele. Me iludiu me fez pensar que sentia algo por ele na verdade eu sinto, mas não é nada positivo.
Agora vou apenas observar o pôr-do-sol , aproveitar a beleza desse céu e pensar em mais nada. Só observar.
- Oi.
Alguém sentou-se ao meu lado e olhei assustada para ele, porque ele sempre tem que fazer isso? Mas confesso que senti sua falta. Senti falta da única pessoa que me faz rir do nada, meu melhor amigo.
- Posso te perguntar uma coisa?
- Já perguntou. – Senti falta da sua infantilidade também confesso.
- Posso fazer outra além dessas duas?
-Faz.
- Por que você sempre faz isso?
- Te assustar? – Assenti. – Porque seus olhos ficam mais lindos quando assustados.
- Odeio quando você me deixa vermelha.
- E eu amo. – Fiquei mais vermelha. Ficamos por um tempo calados apenas observando os últimos raios do sol quando ele voltou a falar. – E o coração? Ainda machucado pelo...
- Não, eu até voltei a sorrir pro sol nesse horário. E não fala esse nome proibido para as minhas lembranças, por favor.
Agora o céu está estrelado, está lindo também, ficamos apenas observando até que eu quebrei o silencio.
- Você já sofreu por amor?
- Sim.
- Por quem e quando? – Perguntei toda curiosa, não acredito que ele não me contou dela...
Ele demorou um pouco a responder, mas respirou fundo e falou:
- Por você, quando começou a namorar aquele cara. –Falou olhando para frente, olhando para o horizonte.