18 de dez. de 2014

Projeto - 642 coisas sobre as quais escrever #4

Então, gente... mais um textinho para vocês, uhuuuuuull..





171 - Você acorda na estrada deitado (a) ao lado de uma bicicleta, sem memória e sem carteira. O que acontece depois?

Uma luz está batendo em meu rosto, o que me incomoda e me faz acordar. Minha cabeça dói. Espera. Eu estou... Em uma estrada? Como eu vim parar aqui? Começo a olhar para todos os lados procurando algo que me de uma pista, mas nada tem aqui por perto... Além da bicicleta jogada aqui do meu lado. Eu sei andar de bicicleta? Não vejo sinal de nenhuma pessoa.
Percebo que o sol está se pondo. E é nesse momento que percebo que não sei quem eu sou, procuro nos meus bolsos alguma carteira, mas a única coisa que encontro é um celular, que está todo quebrado. Tento levantar e encontro uma bolsa pequena perto do meu pé. Pego-a querendo encontrar qualquer coisinha que diga quem sou. Mas só tem umas roupas e um pouco dinheiro lá dentro. Eu estava fugindo? Mas de que? Espero que essas roupas sejam minhas, porque acho que vou precisar de roupas limpas.
Subo na bicicleta e vou para minha esquerda com a esperança de encontrar ajudar por lá. Como se fosse algo automático, consigo andar de bicicleta. Enquanto ando, como um flash, imagens de uma criança andando de bicicleta passam pela minha cabeça, essa criança sou eu?
A noite chega e eu percebo que estou indo em direção da lua, para o leste. Eu sei desse tipo de coisa? Não sei o que me fez perder a memória, nem o porquê, mas parte de mim sabe que tem que ir para esse lado.
Ao amanhecer, começo a ficar com fome. Pego a bolsa e procuro alguma coisa. No meio das roupas encontro um caderno e um chiclete no fundo da bolsa. Folheio o caderno que está cheio de desenhos, desenhos de animais, pessoas, lugares... Mas não tem nada escrito. Sigo meu caminho, com a mesma esperança do dia anterior que só aumentava.

9 de dez. de 2014

Conto - Cinema na terça-feira

O filme foi ótimo, minhas amigas que são manteiga derretida choram com qualquer coisinha. Resolveram ir ao banheiro pra melhorar aquela cara de choro, enquanto isso eu iria espera-las na frente do cinema. Estava pensando e vendo se o filme entraria pra minha lista de filmes favoritos quando sinto alguém pisando no meu pé.
- Desculpa. Está tudo bem?
- Está sim, obrigada.
- Ei, você não é a garota que esbarrei na se mana passada?
- Você esbarra nas pessoas sempre? Desculpe, falei sem pensar.
- Tudo bem, mas é impressão minha ou você sempre está por aqui? Eu te vi na semana retrasada.
- Sim, sempre na terça.
- Todas?
- Na maioria, mas e você? Se aconteceu tudo o que aconteceu então presumo que você está sempre por aqui também, certo? – Ele encolheu os ombros e fez que sim com a cabeça. – Então estamos quites. Desculpa, mas tenho que ir.
- Ei, você vai estar aqui semana que vem? Na terça?
- Talvez.
- Semana que vem a gente se vê então. – Eu apenas dei um sorrisinho e fui atrás das meninas.
Na semana seguinte, não deu para ir ao cinema, foi uma semana muito corrida na faculdade então ficou muito apertado. Na outra semana voltei no mesmo dia e horário e o encontrei de novo, mas desta vez foi na sala. Apenas percebi sua presença quando ele perguntou se eu queria pipoca.
- O que? – Ele empurrou mais um pouco a pipoca. – Não, obrigada. – Sussurrei.
- Quando quiser pode pegar.
- Desculpa não ter vindo semana passada, fiquei enrolada.
- Tudo bem, não precisa se explicar. – Logo em seguida escutamos um “shh” e seguramos o riso.
Terminamos de assistir o filme em silencio. Gostei do filme, divertido, engraçado e tal. Pequei um pouco da pipoca dele já que eu não tinha comprado um pra mim. Quando o filme acabou eu me convidou para tomar um sorvete.
- Mas eu nem lhe conheço direito.
- Mas não é assim que começa?
- Bom argumento. Mas mesmo assim, o sorvete fica pra outro dia.
- Tudo bem. Até terça então?
- Até. Tchau.
- Tchau.
Passamos a nos encontrar toda terça-feira no cinema, íamos dez minutos antes só pra ficar conversando. Trocamos números de telefone e umas duas semanas depois eu aceitei ir tomar um sorvete com ele. Algum tempo depois começamos a namorar, estamos juntos há sete meses e estamos muito felizes juntos. Sempre indo ao cinema na terça, para não perder o costume.