15 de mai. de 2014

Conto - Estrela

Não acredito que me meti nessa confusão. Eu estou muito nervosa. Por que eu fui apostar 
isso? Esses moleques ainda não pagar por isso.
- ISABELLY!!
Travei. Não posso ir, não posso subir naquele palco, não posso cantar pra escola inteira ouvir... Paulo me empurrou e ainda disse “apostas são apostas”, aquele idiota. A única coisa que me resta agora é terminar de subir. Disse pra banda que a musica seria Não Trocaria Um Sorvete De Flocos Por Você.
A musica começou, meu coração está quase saindo pela boca, e as palavras saíram, nesse momento meu coração nem pareceu bater. Respirei fundo e me imaginei no meu quarto, o que deu certo porque quando dei por mim a musica havia acabado e todos estavam me aplaudindo. Desci do palco para ir até o Paulo.
- Meu dinheiro, por favor. – Falei estendendo minha mão tremula.
- Toma. – Falou me entregando o dinheiro que já tinha na mão.
Adorei essa aposta! Ganhei 40 reais de 8 garotos idiotas. Ai, que felicidade! Fui andando para ir ao banheiro, mas fui um pouco difícil de chegar até lá, já que as pessoas ficavam me cumprimentando. Mas cheguei ao banheiro viva, graças a Deus! Quando estava saindo do banheiro um garoto que estava passando esbarrou em mim.
- Desculpa. Ei, você não é aquela garota que cantou agora a pouco?
- Sim.
- A musica que você cantou, eu gosto dela.
- Serio: ela nem é tão conhecida assim...
- Pois é, eu procuro musicas novas e pouco reconhecidas, principalmente brasileiras.
- Conheci ela através da minha irmã.
- Legal... Bom já vou indo, tchau.
- Tchau.
E ele se foi, passou por aquela porta cinza de ferro e se misturou com as pessoas que passavam por lá, me lembrei que nem sabia o nome dele, até tentei ir atras dele, mas foi uma tentativa em vão já que ele havia se misturada com as outras pessoas. Segunda-feira fui atras dele de novo, aquela curiosidade estava me matando... Achei!
- Oi.
- Oi. - Ele disse um pouco surpreso.
- Desculpa se estou atrapalhando, mas só queria saber o seu nome...
- Me desculpe, nem havia me lembrado disso. Prazer, Mateus. - Falou com a mão estendida. - Qual o seu nome minha estrela?
- Isabelly. - Estrela? Oi?
- Nome de estrela.
Fiquei envergonhada. Da onde ele tirou que sou uma estrela?
- Desculpe, mas minha mãe chegou. Tchau.
- Tchau, Estrela.
A partir dai nós nos falamos de vez enquanto... Ficamos amigos depois de um tempo. Amigos não, melhores amigos...

12 de mai. de 2014

Conto - Chuva

Está chovendo, muito forte. O céu está desabando sem que percebamos. Está tudo cinza, o dia parece noite. Um clima agradável até, mas ainda está muito frio e para me esquentar estou tomando tudo que é quente. Escuto batidas na porta, mas quem estaria na rua com esse tempo?
- Oi. – Ela falou tristinha.
- Karen, o que está fazendo nessa chuva? Entra. – E a puxei pra dentro.
- Onde está a Emily?
- Está com o namorado. Acho melhor você ir tomar um banho e eu vou pegar umas roupas da Mily.
- Ela não vai se importar?
 - Se for pra melhor amiga dela e se for pra essa amiga não pegar um resfriado, acho que não. Agora vai, vou deixar as roupas no quarto dela. – E ela assentiu indo ao banheiro.
Quando ela vou voltou eu tinha trago um achocolatado para ela.
- Obrigada. Você está sendo muito atencioso.
- De nada, mas... Por que estava lá fora? – Ela me olhou como se eu fosse um louco por querer saber. – é serio pode confiar em mim. A Mily confia...
- Ok. Meu namorado, quer dizer ex-namorado agora, terminou comigo. E foi justo hoje, no dia que comemoramos oito meses de namoro. Mas... Você não se importa né?
- Não, é claro que me importo, na verdade eu me importo muito com você. E só que... eu não posso acreditar que alguém pode fazer isso com você... – Pronto falei, joguei na lata mesmo...
- Ele me traiu, ele mesmo falou, não escondeu nada. E ainda disse que estava apaixonado. – Ela nem percebeu que droga, mas não vou força nada vou deixar esse tempo passar... – Posso... Posso te abraçar?
- Hum... Pode.
Depois de um tempo, ela começou a chorar, ela não havia chorado até agora. Ela é muito forte, isso que eu gosto nela.
- Desculpa. Eu não... – Falou se desvinculando do abraço.
- Que isso, pode chorar o quanto quiser. Vem cá. – E a puxei para o abraço de novo.
- Karen? O que você está fazendo aqui. – Nem havia percebido que a chuva tinha diminuído...
- Mily, ele terminou comigo.
- Ai amiga, vai lá para o meu quarto enquanto falou com o maninho.
- Ok.
- O que você estava fazendo?
- Sendo o amigo que era antes...
- Vocês praticamente não se falam ha quase três anos e agora você quer amigo dela? – Eu apenas encolhi os ombros. – Você está gostando dela!
- Eu disse pra você.
- Mas não disse que era ela...
Encolhi os ombros de novo e fui para o meu quarto, mas antes disse pra ela não dizer nada a ninguém, em especial a Karen.

8 de mai. de 2014

Crônica - Conto de fadas

Sempre foi uma garota que acreditava em finais felizes, príncipes encantados em seu cavalo branco. Mas ela cresceu e percebeu que a vida não é um faz de conta, percebeu que no amor ganhamos e perdemos. Descobriu o que ela amava de verdade. Ela amava a leitura e foi ai que começou a ler. Amava a escrita e também escrevia. Amava o cinema, a primeira paixão da sua vida. Amava a musica, mas não compõem. Espera eu estou falando com se ela não amasse mais, só que ela vai continuar amando por toda sua vida. Por que eu tenho tanta certeza? Porque ela sou eu.


- Jln

3 de mai. de 2014

Conto - Amigo virtual (2ª Parte)

Decidimos que seriamos apenas amigos. De uns tempos pra cá não nos falamos direito, esse é meu ultimo ano na faculdade e estão exigindo muito pra entrega de trabalhos. E ele terminou a faculdade ano passado, isso também exigiu muito dele, mas como eu tinha “mais tempo” do que agora dava pra falar com ele toda semana, mas agora... Acho que a ultima vez que nos falamos foi no inicio desse mês. Fui estudar arquitetura em Belo Horizonte, estou aqui a 5 anos...
Estava na minha lanchonete preferida, ela tinha um ar dos anos 60 isso que eu gostava nela, comendo um belo de um X-Burguer, quando sinto alguém cobrir os meus olhos por trás.
- Adivinha quem é. – Uma voz grossa falou, não sei porque, mas eu tenho a impressão de que conheço essa voz.
- Você poderia me dar uma dica?
- A ultima vez que nos vimos foi quando você tinha 18 anos... – Não, não pode ser. Me virei antes que ele pudesse fazer algo.
- Pedro? Pedro!
Praticamente dei um pulo da cadeira pra abraça-lo. Ficamos abraçados e rindo, eu o soltei e segurei o seu rosto, ele não tinha mudado nada, quer dizer o cabelo está mais curto, mas é só isso. Ficamos nessa posição e eu falando que estava morrendo de saudades e fazendo mil perguntas, mas depois de um tempo eu percebi que estava muito perto dele. Perto o suficiente pra sentir sua respiração. Fiquei vermelha imediatamente e percebi que ele também então o soltei.
- Senta. Há quanto tempo você está aqui?
- Estou aqui há dois dias, já. Praticamente tive só tempo livre agora. E eu me lembrei de que você disse que vinha pra essa lanchonete quando tinha tempo livre.
- E como sabia que eu viria cá hoje?
- Não sabia. Apostei na sorte e pelo visto apostei certo. – Sorri.
- Mas o que veio fazer aqui em BH?
- Não posso vir visitar minha amiga?
- Você disse há pouco tempo que estava aqui há dois dias e só teve tempo pra “visitar sua amiga” agora.
- Bom argumento.
- Obrigada.
- Acho que você devia ter feito Direito.
- Detesto Direito. Mas responde a minha pergunta.
- Estou aqui porque vim fazer umas entrevistas.
- Ará eu sabia.
- Então por que perguntou?
- Umas? Com quem?
- Dois dias de entrevistas. Isso é meio puxado.
- Quer conhecer minha incrível “casa”?
- Beleza, vamos pra sua incrível “casa”.
Fomos a pé mesmo, meu apartamento ficava a um quarteirão da lanchonete. Fomos rindo e conversando. Quando chegamos percebi que minha colega ( a Leticia) não havia chegado ainda então fui mostrar a “casa” pra ele. Mostrei os quartos, a sala, a cozinha (quem usa mais a cozinha é a Leticia, sou péssima nisso), uma área que não é muito pequena nem muito grande e por fim mostrei A Estante onde fica os livros, CD’s (maioria pertencentes a Leticia) e filmes (maioria pertencentes a mim).
- E ai? Gostou?
- Sim, o seu quarto ficou em segundo lugar.
- E o primeiro?
- A Estante.
Ficamos no sofá conversando, quando eu percebi está rolando um clima e ele foi se aproximando de mim e eu dele, até que nossos lábios se tocaram. Na minha mente começou a passar as cenas do nosso primeiro beijo. Ele foi calmo, romântico e percebi que ele não queria me forçar a fazer nada, mas eu meio que queria e ao mesmo tempo não queria. Mas escutamos um barulho de chave abrindo a porta, eu apenas me afastei um pouco dele e gritei “Está aberta” e a Leticia entrou.
- Oi, desculpa pela... Acho que você nem notou que eu demorei né?
- Ai para com isso, claro que notei. Lembra do Pedro? É ele.
- É ele? Ele é mais bonito do que você me disse!
- Pedro essa é a Leticia.
- Oi, Pedro.
- Oi, Leticia. Acho melhor eu ir. Tchau, te vejo amanhã. - Ele disse parecendo envergonhado.
- Tchau, mas aonde?
- Eu te acho por ai...
E ele passo pela porta do apartamento, deixando eu, a Leticia e suas perguntas intermináveis... Parece até que estava sendo julgada por algum crime. Eu hein!